Apaixonou-se pela nuvem e passou a
maior parte da vida inventando um jeito de chegar até ela.
Vestiu-se de palhaço, espantalho,
trapezista.
Fantasiou-se de bicho, de poeta e
de vento.
Um dia despiu-se de tudo e de tão
leve voou.
Tarde demais!
A nuvem, cansada da espera,
cumpriu mais um ciclo de dor: encheu-se de coragem e choveu sobre seu amor.
mariza
Lourenço
[imagem ©goldenbreeze]
Que beleza de poema-conto, Mariza! Uma bela pausa para todo o cansaço!
ResponderExcluirdos amores impossíveis... lindo!
ResponderExcluirDe tão bom, merece um haicai zarfeguiano:
ResponderExcluirU’a nuvem molhada:
(Perdi o trem o sono o rumo)
Pegadas na estrada!