PROFECIA
"... as
nadadeiras me / Tornavam / Um peixe provisório" (Adriane Garcia)
O corpo crescendo em pedras, cabelos de algas,
enquanto vagarosamente dele retiram toda sutura, os pontos entre os dedos,
sobre os lábios, nós na aorta. Cairá então ao fundo, onde tudo é oceano e
escuro. E em mineral compleição compreenderá enfim os signos. Da superfície
virá a seta, um peixe de vidro, o fluxo da iluminação, uma linha reta nos olhos
de um deus bom. Nem a arrogância das ondas, nem correntes. O corpo, agora, é um
bicho de paz.
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