quarta-feira, 24 de junho de 2015

profecia


 
 
PROFECIA 

 "... as nadadeiras me / Tornavam / Um peixe provisório" (Adriane Garcia)

O corpo crescendo em pedras, cabelos de algas, enquanto vagarosamente dele retiram toda sutura, os pontos entre os dedos, sobre os lábios, nós na aorta. Cairá então ao fundo, onde tudo é oceano e escuro. E em mineral compleição compreenderá enfim os signos. Da superfície virá a seta, um peixe de vidro, o fluxo da iluminação, uma linha reta nos olhos de um deus bom. Nem a arrogância das ondas, nem correntes. O corpo, agora, é um bicho de paz.

 
Alberto Bresciani

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