esvaziou estômago e intestino até cair exausta. precisava
de ar. ar e espaço para o coração que se apropriara de seu corpo em pulsação
dolorosa. por um triz o músculo traiçoeiro não lhe arrebentara as veias. e
sangrar até a morte era uma possibilidade ainda mais estúpida do que servir de
carcaça para um coração feroz. portanto, a escolha de fazê-lo parar seria dela.
vomitou novamente. e novamente. e tantas outras até se
sentir tão leve como o suicida que, durante a queda, se livra de todos os
pesos.
voou
[e o coração ainda batia quando a alma, finalmente, se
libertou de seu maior opositor]
mariza
Lourenço
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